domingo, 27 de maio de 2007

Presentes a um Rei

Resposta a comentários dos apresentadores do Jornal Gente, em dezembro de 2006, a ouvinte da Rádio Bandeirantes


Bom dia, José Paulo e Luciano Dorin!
Que o ano de 2007 seja repleto de bênçãos em todas as áreas da vida de vocês! (2006 já tá no papo!)
Quero compartilhar alguma coisa que aprendi a respeito dos magos e de mirra e que também encontramos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de José Bentes e R. N. Champlin.
A Bíblia registra “magos”, não “reis”. Magos eram “astrólogos”, ou seja, observadores dos céus. Certa noite, observaram “algo de diferente no céu, algum fenômeno comum [próprio] dos planetas, ou algum sinal especial de Deus. Nada mais de definido se sabe sobre eles, como seus nomes, número e posição na vida, e as tradições criadas em torno deles são forçadas”.
A Bíblia não diz quantos eram, conforme Mt 2.1 (“uns magos”).
“eram eruditos que se distinguiam no campo da matemática, da astronomia, da astrologia, da alquimia e da religião. Com freqüência eram conselheiros de cortes reais, e um dos deveres era estudar as estrelas a fim de antecipar o nascimento de qualquer novo governante, que finalmente ameaçasse os poderes correntes.” Em tempo: tal constatação não valida as tentativas de guiar-se a vida por meio de horóscopo e astrologia.
Os presentes – ouro, incenso e mirra – provalvemente eram “artigos dispendiosos, próprios para serem oferecidos a quem foi chamado de ‘o Rei dos judeus’”, conforme Mt 2.2. Uma interpretação coerente comum entre os estudiosos da Bíblia é:

  • o ouro representa o caráter real de Jesus;
  • o incenso fala de seu ofício sacerdotal. No cerimonial mosaico, o incenso está presente na maioria dos sacrifícios. Como o sacerdote tinha a função de levar o povo a Deus através dos sacrifício expiatórios, portanto era a voz do povo pedindo clemência dirigia a Deus, o incenso fala de Cristo como nosso sumo-sacerdote, pois é ele que nos leva a Deus. Um pouco mais: o profeta, figura surgida na época dos juízes e que perdurou na monarquia, tinha a função de trazer Deus ao povo por meio das profecias, ou palavra profética; era a voz de Deus dirigida ao povo. Assim, temos o tríplice ofício de Cristo: rei, sacerdote e profeta;
  • a mirra serve de emblema de seus sofrimentos e de sua morte sacrificial, uma vez que foi oferecida a ele para aliviar sua dor enquanto estava na cruz e usada na preparação de seu corpo para o sepultamento. De acordo com Bentes, mirra é uma pequena árvore, um arbusto espinhento que produz pequenos frutos, semelhantes à ameixa. De seus ramos obtinha-se uma goma, produto cobiçado dessa planta. Sua seiva é oleosa, mas, ao gotejar em algum receptáculo que a recolha, solidifica-se. (Talvez venha daí a idéia de que a mirra seja um mineral.) O óleo da mirra era usado como cosmético, conforme lemos em Ester 2.12. É encontrada na Arábia, em certas regiões da África e em outros lugares. Era usada como perfume, para untar, além de ser empregada como ungüento, por ocasião dos sepultamentos.

    Um forte abraço

    Edilene Santos
    Freguesia do Ó - São Paulo

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